41% das microempreendedoras que faturam até R$ 1.000 são as principais responsáveis pelo sustento da família, aponta pesquisa da SumUp
Levantamento de empreendedorismo feminino inédito da fintech mostra que conciliar negócio e tarefas domésticas é um dos principais desafios das microempreendedoras da base da pirâmide
São Paulo, 20 de setembro de 2021 – Pouco dinheiro, sobrecarga, solidão e falta de capacitação profissional. Estes são os principais desafios das mulheres que são microempreendedoras ou têm negócios informais. Foi o que apontou uma pesquisa inédita sobre empreendedorismo feminino realizada pela empresa de soluções financeiras SumUp. O levantamento ouviu 1.689 pessoas, 895 mulheres e 794 homens, entre 16 e 22 de agosto de 2021. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. “Nós também ouvimos os homens para que pudéssemos comparar as respostas e aferir como questões de gênero impactam na vida e no trabalho das empreendedoras”, afirma Meliza Pedroso, líder de marketing e comunicação da SumUp.
A pesquisa mostra que uma parcela considerável das mulheres empreendedoras vive com pouco dinheiro: 17% delas faturam menos de R$ 1.000 por mês, enquanto 39% das respondentes disseram faturar entre R$ 1.001 e R$ 3.000 mensalmente. Além disso, 33% das mulheres com mais de 3 filhos faturam menos de R$ 1.000 por mês. O levantamento também informa que 41% das mulheres que faturam até R$ 1.000 mensais são as principais responsáveis pela renda em casa.
No estudo, constatou-se ainda que 72% das mulheres empreendedoras são responsáveis, sozinhas, pela execução de todas as tarefas domésticas diárias, como cuidar dos filhos, cozinhar e lavar, configurando uma dupla jornada de trabalho. Entre os homens, apenas 17% dos respondentes são os principais responsáveis por cuidar da casa. “Essa disparidade tão acentuada acaba impactando, também, os resultados financeiros das empreendedoras, que têm menos tempo para se dedicar aos seus negócios, seja em relação à gestão, ou mesmo na busca de capacitação profissional, por terem que encarar uma segunda jornada de trabalho”, explica Meliza.
Caso não houvesse a necessidade de dupla jornada, ou se pelo menos existisse uma divisão igualitária nas tarefas diárias, as empreendedoras poderiam ter mais tempo para aprimoramento profissional e, consequentemente, melhorar seus rendimentos, como mostra a pesquisa ao apontar que mulheres que faturam mais tendem a fazer mais capacitações. Por exemplo, 66% das empreendedoras que faturam entre R$ 5.000 e R$ 10.000 fizeram cursos ou treinamentos nos últimos dois anos. O número cai para apenas 34% entre quem fatura até R$ 1.000 por mês.
Outra situação revelada no estudo é a solidão das empreendedoras. A pesquisa apontou que 59% das respondentes disseram que são “eupreendedoras”, ou seja, trabalham sozinhas, contra 38% no caso dos homens. Essa solidão também se reproduz em casa: 80% das mulheres que afirmam trabalhar sozinhas revelaram serem as principais responsáveis pelos afazeres domésticos.
Segundo Meliza, o levantamento é importante por dar voz a um público nem sempre consultado nas pesquisas de opinião. “A maioria dos clientes da SumUp são da base da pirâmide social. São microempreendedores e profissionais autônomos. Com essa pesquisa, mostramos um recorte único de uma parcela importante da economia brasileira”, finaliza.
Veja os destaques da pesquisa da SumUp:
- 33% das empreendedoras com mais de três filhos sustentam a família com menos de R$ 1.000 por mês;
- 41% das mulheres que faturam até R$ 1.000 por mês são as principais responsáveis pela renda em casa;
- A maioria das mulheres (56%) fatura até R$ 3.000. Apenas 8% das mulheres faturam mais que R$ 10.000. No caso dos homens, 19% deles têm uma receita maior que R$ 10.000; - As mulheres controlam as finanças de forma mais rudimentar que os homens. Quase metade (47%) delas usa cadernos ou folhas de papel. 6% fazem a gestão “de cabeça”, sem nenhuma ferramenta, e 7% não fazem nenhum controle;
- As mulheres tendem a economizar menos que os homens. 38,3% delas não conseguem economizar nada. Entre os homens, o percentual de quem não guarda nenhum dinheiro é de 26%;
- 57% das mulheres se declaram como as principais responsáveis pela renda da casa. O percentual é de 86% entre os homens;
- Quase metade (49%) das mulheres têm negócios em casa. Entre os homens, essa parcela cai para 33%;
- 72% das mulheres indicam que fazem a maior parte das tarefas domésticas; entre os homens, o percentual é de 17%;
- 59% das respondentes disseram que são “eupreendedoras” – ou seja, cuidam dos seus negócios sozinhas.
Sobre a SumUp
A SumUp oferece soluções financeiras para micro e pequenos negócios. Criada na Europa em 2012, a empresa possui mais de 2.500 colaboradores ao redor do mundo, 14 escritórios e operações em 34 países. No Brasil, está presente desde 2013, empregando 1.000 pessoas, sendo 60% mulheres e 24% LGBTQIAP+.
Nascida como uma empresa de maquininhas de cartão, a SumUp se transformou em uma companhia de soluções completas, como banco digital, links de pagamento, empréstimos e educação financeira. Em março de 2021, a fintech anunciou um aporte de 225 milhões de euros (cerca de R$ 1,3 bilhão) na operação brasileira, a fim de expandir seus negócios e seguir empoderando microempreendedores do País.