Apenas 60% dos micro e pequenos negócios oferecem acessibilidade para pessoas com deficiência, aponta pesquisa

  • Fator mais apontado pelos empreendedores que não dispõem de acessibilidade em seus negócios é a falta de condições financeiras

  • 5% dos empreendedores entrevistados no levantamento da SumUp declararam ter algum tipo de deficiência

Com o intuito de compreender as condições de acessibilidade em micro e pequenos negócios brasileiros, a SumUp, empresa global de tecnologia e soluções financeiras, desenvolveu um estudo exclusivo a respeito do tema.

Um dado importante da pesquisa é que 59% dos empreendedores que atuam com pontos físicos oferecem alguma condição de acessibilidade, ainda que, de acordo com dados do IBGE, no Brasil tenhamos 18,6 milhões de pessoas que afirmam possuir alguma deficiência ou dificuldade de locomoção.

“Realizamos este trabalho inspirados no Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência. Celebrado em 21 de setembro, para nós este é um momento de reflexão sobre como os micro e pequenos empreendedores estão posicionados quanto à questão da acessibilidade. O estudo revela a participação das pessoas com deficiência no empreendedorismo e como é a acessibilidade nos pequenos negócios no País”, explica Mariana Lazaro, CFO da SumUp para as Américas.

A partir de uma pesquisa quantitativa, realizada por meio de questionário online, a SumUp ouviu 2.000 pessoas, distribuídas em todas as regiões do Brasil, entre os dias 4 e 12 de setembro de 2023. Desses entrevistados, 5% afirmam possuir alguma deficiência. Entre os empreendedores brasileiros que têm alguma deficiência, quase metade deles (45%) dizem ter deficiência física ou dificuldade de locomoção.

A quantidade de empreendedores com alguma deficiência ou dificuldade de locomoção aumenta de acordo com a idade dos entrevistados. Avaliando os setores de atuação desses negócios, o segmento de cosméticos é o que mais possui empreendedores com algum tipo de deficiência: 9% deles. Em segundo lugar com o maior número de pessoas que apontam ter deficiência, temos os setores de saúde, alimentação e mecânica, os três com índices de 6%.

O estudo verificou também que apenas 4% dos pequenos empreendedores entrevistados empregam funcionários com alguma deficiência ou dificuldade de locomoção. O Norte do País é a região com maior número de negócios que têm colaboradores com algum tipo de deficiência (9,5%).

“Por mais que hoje a sociedade se preocupe mais com a acessibilidade e a inclusão das pessoas com deficiência, ainda há muito trabalho a fazer”, diz Mariana.

Entre os empreendedores que atuam com pontos físicos, 59% deles possuem condições de acessibilidade em seus negócios. Desses, a entrada acessível para deficientes físicos é a condição mais oferecida – cerca de 40% dos empreendimentos a possuem. Outros fatores apontados foram banheiros e vagas de estacionamento acessíveis, presentes em 14% e 12% das lojas, respectivamente.

Entre os negócios acessíveis, 60% relatam que o fazem por saber da importância de oferecer acessibilidade. Outros 13%, declaram que o negócio já era acessível quando se tornaram proprietários.

Contudo, 41% dos negócios não oferecem nenhuma condição de acessibilidade. Entre esses empreendedores, a razão mais frequente relatada por essa ausência é a falta de condições financeiras para as adaptações necessárias, apontada por 42% dos entrevistados.

“A dificuldade financeira existente, principalmente entre micro e pequenos negócios, é um fator que determina diversas decisões dos empreendedores. Muitos sabem da importância em ter um ambiente acessível para todos, mas, não conseguem implementá-lo na prática”, finaliza a executiva.

Confira o estudo na página de pesquisas da SumUp.