Inflação e desemprego derrubam atividade econômica de microempreendedores e autônomos, aponta estudo

Índice SumUp do Microempreendedor caiu 15,83% em agosto, em comparação ao mesmo período do ano passado; consumo menor e alta dos preços pesam no bolso da base da pirâmide

As vendas registradas pelos microempreendedores e profissionais autônomos continuam em queda. É o que sinaliza o Índice SumUp do Microempreendedor, que chegou a 75,15 pontos em agosto. O valor representa uma queda de 15,83% em relação ao mesmo período do ano passado e uma queda de 1,95%, em comparação a julho de 2021.

O ISM mede a atividade deste público e é construído com base em dados de negócios de profissionais informais, além de micro e empresas de todos os estados brasileiros e de mais de 30 ramos de atividades distintos. Os dados do Índice funcionam como um importante indicador econômico para o País, uma vez que a crise e o desemprego impulsionaram a abertura de 1,4 milhão de empresas nos primeiros quatro meses de 2021, 80% delas MEI, de acordo com a Serasa Experian.

“O ISM é um ótimo termômetro para o varejo, pois mede a atividade econômica de um público de mais de 24,5 milhões de brasileiros, de acordo com levantamento realizado pelo IBGE em 2020. Os números mostram que a retomada da economia está distante para a base da pirâmide”, comenta Carlos Grieco, diretor de meios de pagamento da SumUp.

Segundo Renan Pieri, professor da Fundação Getúlio Vargas e responsável por formular o Índice, a atividade econômica dos microempreendedores e informais continua a ser impactada diretamente pelo desemprego. "A queda do ISM em relação a agosto do ano passado é reflexo das altas taxas de desemprego. Com menos gente empregada, o consumo cai”, afirma.

Outro ponto que puxa o índice para baixo é a inflação, que também afeta os empresários. “Vale ressaltar que, repassando ou não a alta dos preços para o consumidor final, o microempreendedor se prejudica. Quem aumentou os preços pode ter vendido menos nas últimas semanas. Por outro lado, quem não fez nenhum reajuste pode ter lucrado menos. A dificuldade dos microempreendedores e autônomos deve seguir enquanto a taxa de desemprego não for reduzida ou os preços não se estabilizarem", finaliza.

Como funciona o ISM

A divulgação do Índice SumUp do Microempreendedor (ISM) é uma contribuição da SumUp para o País com o intuito de ampliar o acesso às informações sobre a economia brasileira. O ISM é calculado a partir de um método estatístico robusto, mas simples, que permite explicar o desempenho do setor micro varejista, com base nas vendas processadas pelas maquininhas da SumUp.

A metodologia de criação do ISM consiste na seleção de benchmarks, escolha de um indicador de referência para ajuste estatístico do modelo, ponderação e colapso de dados e estimativa econométrica. O gráfico resultante permite entender o comportamento do mercado para microempreendedores no Brasil nos últimos anos e cada valor representa a variação percentual do ISM em comparação com o mesmo mês do ano anterior.

Sobre a SumUp  

A SumUp oferece soluções financeiras para micro e pequenos negócios. Criada na Europa em 2012, a empresa possui mais de 2.500 colaboradores ao redor do mundo, 14 escritórios e operações em 34 países. No Brasil, está presente desde 2013, empregando 1.000 pessoas, sendo 60% mulheres e 24% LGBTQIAP+.

Nascida como uma empresa de maquininhas de cartão, a SumUp se transformou em uma companhia de soluções completas, como banco digital, links de pagamento, empréstimos e educação financeira. Em março de 2021, a fintech anunciou um aporte de 225 milhões de euros (cerca de R$ 1,3 bilhão) na operação brasileira, a fim de expandir seus negócios e seguir empoderando microempreendedores do País.